Consiste em dois pedaços de pano
marrom, unidos entre si por um cordão. Um pedaço de pano traz a estampa de
Nossa Senhora do Carmo, e o outro a do Sagrado Coração de Jesus, ou o emblema
da Ordem do Carmo. A palavra latina “scapulas” significa ombros, daí
designar-se Escapulário este objeto de devoção colocado sobre os ombros.
“Para a Igreja, entre as formas de
devoção mariana, está o uso piedoso do Escapulário do Carmo, pela sua
simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade” (Papa Paulo VI). Maria, Mãe de
Jesus, é a “mulher que pisa na cabeça da serpente” (Gn 3,15), e aparece
“vestida de sol, tendo a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça”
(Ap 12,1-17).
Origem
do Escapulário
No século XI, um grupo de homens
dispostos a seguir Jesus Cristo, reuniram-se no Monte Carmelo, em Israel. Ali
construíram uma capela em honra de Nossa Senhora. Este local é considerado
sagrado, desde tempos imemoriais ( Is 33,9;35,2; Mq 7,14), e se tornou célebre
pelas ações do profeta Elias (1 Rs 18). A palavra "carmelo" quer
dizer jardim ou pomar. Nasciam ali os carmelitas, ou a Ordem dos Irmãos da
Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Tempos depois, os carmelitas
mudaram-se para a Europa e passavam por grandes dificuldades. No dia 16 de
julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, Inglaterra, S. Simão
Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nossa Senhora, um sinal de sua
proteção, que fosse visível a seus inimigos.
Recebeu, então, de Nossa Senhora o
escapulário, com a promessa: "Recebe, filho amado, este escapulário.
Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal
de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.
A festa de Nossa Senhora do Carmo é
celebrada todo 16 de julho de cada ano, desde 1332, e foi estendida à Igreja
Universal no ano de 1726, pelo papa Bento XIII. O papa João Paulo II, ao
declarar que usa o escapulário desde sua juventude, escreve: “O Escapulário é
signo de aliança entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na
cruz, de Maria ao discípulo João”(Jo 19, 25-27).
A predileção de Nossa Senhora pela
Ordem do Carmo foi confirmada, de modo ainda mais maternal, no século seguinte,
quando, aparecendo ao papa João XXII, prometeu-lhe especial assistência aos que
trouxessem o seu escapulário, e que os livraria do purgatório no primeiro
sábado após sua morte. Essa segunda e sublime promessa é conhecida como
privilégio sabatino.
Por Carmelitas se entendiam os
membros das confrarias do Carmo. Entretanto, concedeu depois a Igreja a várias
ordens religiosas a faculdade de benzer também pequenos escapulários e impô-los
aos fiéis, independentemente de estarem ligados ou não às referidas confrarias.
Assim, estendem-se também a todos os que portam o Escapulário do Carmo aquelas
mesmas promessas da Mãe de Deus. Deste modo, a divulgação do escapulário passou
a ser universal, e juntamente com o rosário, um dos símbolos do católico
piedoso e servo de Maria.
Mais de trinta Papas recomendaram o
escapulário, usaram-no, propagaram-no com palavras as mais belas que o
vocabulário humano permite. Em todo o mundo, mais de cem mil sacerdotes e
bispos também o recomendaram ardentemente, por sete séculos, e milhões de
católicos o vêm usando.